Posted by : Vanderlei Campos segunda-feira, 23 de junho de 2014

Os passarinhos são figuras queridas para a maioria. Ainda quando pequeno na casa da minha avó me lembro de um pássaro preto lindíssimo, cujo cantarolar se fixou em minha mente de tal modo que por vezes me pego repetindo a melodia com meu tosco assobio. A paixão de meu tio por passarinhos cresceu tanto que às vésperas de seu falecimento ele contava com um viveiro repleto de 300 pássaros dos mais variados tipos. Sem seus cuidados, a frágil estrutura destes pequenos pássaros jamais lhes proporcionaria uma vida tão longa e cheia de qualidade. Algo com que sonham todos os homens.

Certamente a vida humana tem suas próprias fragilidades. Alie-se isto a um contexto tão ameaçador quanto o nosso e fica fácil entender porque as pessoas vivem atormentadas pelo medo. Passear pelas imediações do Campo Belo à noite, por exemplo, pode ser uma aventura mais perigosa que arborismo ou escalada com poucos equipamentos de segurança (E aí, aventureiro, vai encarar?).

O medo paralisa. Nos deixa neuróticos. Conheci uma mãe que vivia com um pano numa mão e álcool na outra para limpar cada canto da casa por onde passava sua filha, pois vivia em pânico apenas em imaginar que ela poderia pegar uma destas superbactérias fatais. Também me lembro de uma jovem que não ia a lugar algum exceto de táxi, e, ainda assim, de uns poucos taxistas conhecidos. E a lista poderia ser bastante longa. Talvez você mesmo pudesse acrescentar algo a ela.

Jesus sabe que vivemos num ambiente inseguro. Mas nos adverte que não sejamos dominados pelo medo: “Não tenham medo. Vocês valem mais do que muitos pardais!” (Mateus 10:31). Deus tem cuidado de nós, muito mais do que meu tio cuidava de seus queridos passarinhos. O que nos protege do medo é a certeza de que nossas vidas estão nas mãos do nosso Senhor, e que ele efetivamente nos ama.

O apóstolo João disse certa vez que o amor expulsa o medo e quem vive atemorizado não está aperfeiçoado no amor (1 João 4:17-18). Este é o elo que une os dois textos. Se eu estou confiante no amor do Pai por mim, posso descansar e viver seguro. Isto não implica dizer que não tomaremos cuidado. Antes, significa que não confiaremos tanto em nossos cuidados, como no grande cuidado dEle por nós.

Rodrigo Justino


Rodrigo Justino é pastor na Comunidade Cristã das Boas Novas (CCBN), em São Paulo

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