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- NÃO DONOS, MAS MORDOMOS
Com grande pesar temos visto as tragédias que se abateram no Rio de Janeiro. Em instantes, pessoas perderam todos os seus familiares soterrados por desabamentos, além dos bens materiais. Ficaram com a roupa do corpo. Pedaços de morros simplesmente sumiram da paisagem. Ficamos chocados e perplexos. Foi assim em Angra dos Reis no início do ano, Santa Catarina em 2008.
“Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”, afirma Tiago em sua carta (4.14). E, esquecendo-nos muitas vezes dessa realidade, corremos o risco de vivermos para o materialismo, encarando a vida como se fosse propriedade nossa, como se a tragédia dos outros não nos afetasse.
Aqueles que perdem a perspectiva divina de que tudo pertence a Deus, acabam vivendo ensimesmados, tornam-se insensíveis à dor alheia. Esquecem-se que não são donos do que possuem, mas mordomos.
A vida, a família, o tempo, o dinheiro, bens, dons e talentos não nos pertencem, são de Deus: “Do SENHOR é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem”, (Salmo 24.1). Temos a responsabilidade de cuidarmos daquilo que nos foi confiado, reconhecendo ser dádivas de Deus, com grande potencial multiplicador.
Em meio à tragédia dos cariocas vemos também inúmeros exemplos de solidariedade, sobretudo dos pobres repartindo o pouco que têm com os ainda mais necessitados. O que será necessário para que percebamos que uma vida auto centrada é uma vida que gera morte? O Criador espera que seus filhos cultivem vidas cristocêntricas, “outro” centradas, desensimesmadas, abençoando o próximo. Que esse milagre aconteça com cada um de nós.
Luiz Fernando Arêas (Tico)